terça-feira, 15 de junho de 2010

Sigismund Schlomo Freud


Para entender a sexualidade infantil, Freud estudou as perversões. Descobriu que na constituição dos seres humanos estão presentes práticas de natureza perversa, que irão desaparecendo pela repressão, submetendo-se ao domínio das práticas genitais com vistas à procriação. Algumas perversões (exibicionismo, curiosidade dirigida aos órgãos genitais dos seus companheiros, prazer de sucção, prazer ligado à defecação), que permanecem no adulto são o resultado dessas perversões parciais infantis que se recusaram a cair sob o domínio da genitalidade.
A cada um desses aspectos perversos, presentes na sexualidade infantil, Freud chama de pulsões parciais. Será uma pulsão dirigida ao próprio corpo, que não buscará um outro corpo, como acontecerá por ocasião do desenvolvimento da genitalidade.

Uma pulsão é dita sublimada quando se dirige a um alvo não-sexual visando objetos socialmente valorizados. Nessa busca de um objeto pode haver uma dessexualização, pois a energia (libido) continua a ser sexual, mas o objeto não o é mais. A antiga ânsia sexual ainda se faz presente, só que de um modo mais brando, justificando a busca daquela atividade sublimada.
As bases necessárias à sublimação são fornecidas pelas pulsões sexuais parciais e claramente perversas. Uma ação educativa que “atacasse” essas pulsões, não só fracassaria, mas também faria desaparecer a fonte de um “bem” e que “a tentativa de supressão das pulsões parciais não só é inútil como pode gerar efeitos como a neurose”.
Dizia Freud que sem perversão não há sublimação e sem sublimação não há cultura. Pode ser identificado como o pedagogo clássico que via na criança um mal originário, diferente de Rousseau que afirmava a existência de um bem natural, depois subvertido pela cultura.
Resta, então, dirigir de forma mais proveitosa a energia que move tais pulsões, transformando, por exemplo, a pulsão escópica em curiosidade intelectual, desempenhando papel muito importante no desenvolvimento do desejo de saber. Freud esperava que os próprios educadores construíssem seu método e criassem modos de operação.
Freud afirma que a hostilidade da civilização, representada por uma educação repressora, é semelhante à defesa que o eu levanta contra a pulsão sexual produzindo a neurose. Também a Educação exagera e produz efeitos semelhantes. Freud chega a afirmar qe há uma vocação da humanidade para a neurose.

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